Com o objetivo de impulsionar a rede de empreendedoras na periferia dos territórios onde atua e estimular o conhecimento sobre empreendedorismo por meio da participação em feiras, workshops e eventos nas áreas afins, o Inec idealizou as Incubadoras Comunitárias. A atividade faz parte do projeto Cultura em Comunidade e oferece formação modular, com assessorias individuais focadas nas necessidades e potencialidades de cada negócio participante, ou incubado.
Atualmente, as Incubadoras acontecem nos territórios de Caio Prado, em Itapiúna e na Serrinha, em Fortaleza e contam com um total de 25 participantes. As aulas vão desde conceitos básicos da administração até precificação e marketing. A empreendedora Neomisa Barbosa, 54, da Serrinha, define a capacitação como um divisor de águas para o seu negócio.
“Está abrindo um leque de conhecimentos para mim como empreendedora. Há 15 anos que eu sou empreendedora. Eu pensava que era, mas eu acho que a partir de agora vai dar certo. Antes eu estava fazendo tudo diferente, errado, e o professor Luís, com muita sabedoria está passando esse conhecimento para a gente”, declara a revendedora.
O mestre em administração Luís Alves é o responsável pelas aulas na Serrinha, que acontecem às quartas-feiras, na sede da Associação de Moradores do Bairro da Serrinha, Amorbase. Luís explica a importância do fortalecimento para os negócios locais no contexto das alunas da Incubadora.
“Esse fortalecimento evita a fuga de recurso e capital dentro daquelas localidades, o recurso não vai para as áreas mais ricas das cidades. Ele roda internamente dentro da comunidade, gerando emprego e proporcionando acesso para essa população mais carente. Então, ao fortalecer os negócios locais, eu estou contribuindo para o crescimento e desenvolvimento social daquela comunidade, tanto promovendo acessos e também minimizando a fuga de recursos daquele local, gerando riqueza, dentro da comunidade”, explica Luís Alves.
Empreendedoras unidas – economia local fortalecida
A idade das alunas é diversa, assim como os tipos de negócios. Desde revendedoras de cosméticos, boleiras, artesãs, donas de brechó até revendedoras de queijo e laticínios. As experiências trocadas no curso são múltiplas. Para Luís, é importante elas se reconhecerem como empreendedoras, para a criação da ideia de rede sistêmica.
“Elas são uma rede de apoio, cada um tendo seu negócio, algumas com alguns seguimentos muitos parecidos, faz com que elas se busquem, se encontrarem e se apoiam nessa forma de rede”, relata o professor.
Maria das Graças, 63, é aluna da Incubadora em Itapiúna. Ela vende salgados, bolos e refeições. “Eu estou me sentindo muito acolhida e feliz por fazer parte da incubadora. São novos aprendizados que com certeza vou levar para a minha rotina!”, declara a empreendedora. Na mesma turma, também tem a Welane Oliveira, 27, que no “Ateliê Cangati” vende cadernos artesanais quadros personalizados, lembrancinhas e artigos personalizados.
“Os encontros são cheios de partilhas e experiências que nos motivam, e mesmo conhecendo as pessoas antes desse projeto, só depois dele conhecemos mais sobre elas, e assim vamos aumentando as nossas redes, que já é outra coisa que aprendemos. Lá também aprendemos a pensar juntos, trabalhar juntos e crescer juntos”, compartilha Welane, com empolgação.
Incubadora Comunitária
A Incubadora Comunitária é uma ação do Projeto Cultura em Comunidade. O objetivo é contribuir na profissionalização e fortalecimento de empreendimentos comunitários. Da mesma forma, o programa também busca o fortalecimento da rede de parceiros, a partir de organizações públicas e privadas que possam contribuir com o empreendimento.